Música-como-teatro: uma prática composicional e sua autoanálise

OLIVEIRA, Heitor Martins. Música-como-teatro: uma prática composicional e sua autoanálise. Tese (Doutorado em Música) – UFRGS, 2018.

Palavras-chave: Composição musical; Teatralidade; Dramaturgia; Autoanálise composicional.

Resumo: A expressão compor música-como-teatro sintetiza e agrupa minhas contribuições no campo das relações entre composição musical e teatralidade, organizadas em três eixos de prática e autoanálise: 1- a situação de performance musical como espaço cênico; 2- a seleção e organização de materiais como jogo cênico e 3- estrutura e forma como encenação. A noção de compor música-como-teatro é delimitada em diálogo com: afirmativas e obras de compositores como Luciano Berio, Péter Eötvös, Gilberto Mendes, Mauricio Kagel e Georges Aperghis; as categorias teatro musical, teatro instrumental e Teatro Composto, abordadas na bibliografia sobre música de concerto pós-1960; as categorias teatralidade e dramaturgia, como discutidas em escritos de teóricos que abordam as artes cênicas. Em síntese, compositores se movem em direção ao teatro, eles compõem com materiais gestuais e visuais, gerando partituras/roteiros para performances cênico-musicais. A prática de compor música-como-teatro pressupõe a intenção expressiva de incorporar a dimensão estética de teatralidade da performance musical ao âmbito das escolhas composicionais. Avança ao adotar uma aproximação entre composição e dramaturgia: compor consiste em organizar um roteiro de ações com e sem implicação sonora concatenadas musicalmente ‒ ‒ e enquadradas em dispositivos de construção e deslizamento de sentidos narrativos. O portfólio apresenta partituras e registros audiovisuais de três peças: O Espelho (2015-2017), As Gerações dos Mortais Assemelham-se às Folhas das Árvores (2015-2017) e I saw them together ‒ I heard them together (2017).

Link: http://hdl.handle.net/11612/1050